Olhos de Mar

Poeta de olhos do Mar,

faça-me um verso

com o gosto do sal da vida

e do mel de tua boca partida.

Cante a inevitável flecha disparada,

a dura verdade revelada

e a tristeza pela última parada,

mas cante também a inesquecível

rua sem calçada,

a eterna Lua enamorada

e a carícia sem mais nada

e cante o amor que acontece

na cama que não se esquece,

pois é teu esse nobre ofício

de cantar o doce sacrifício.