Dias de espera por você

Eu fico assim, sem jeito, sem graça

Olhando ao redor

Feito bicho do mato preso em gaiola

Igual gente estranha no meio de comemoração

Ando de um lado para outro

Procuro alguma coisa sem saber bem o quê

Esquecida do gosto de tudo

Sem ouvir e sem ver o que antes tinha algum valor

Fico quieta, inquieta

Buscando um canto qualquer

Para me acolher, me encolher

E mal disfarçar meu sorriso quase torto.

É uma coisa estranha

Desconfigurada, desformatada

Desarranjada no meio da tarde

Entrando pela noite e doendo madrugada afora

E eu passo assim, horas a fio

Dirigindo sem rumo

Pensamento pregado, colado

Respiração abafada, olhos quase sem cor

Pareço uma flor meio murcha

Ansiosa e com sede de água

Largada numa tarde vazia

Em um vaso coberto de pó

Tudo isto tem forma

Movimento e explicação

Minha cura, meu norte

Seu nome de todos os tempos

É hoje a única forma de dar sentido

Nos meus dias de espera por você.

Lua Sua
Enviado por Lua Sua em 11/02/2012
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