Me esquecerei (12-11-11)


Em amplo sentido
Digo agora a mim
Não esqueça o passado
Que o choro lembra a cada instante

Quanta infantilidade
Abraça-me e eu esqueço
Aquele tempo gelado
Na mão enamorado
Pois te quero ainda

Também a graça da passagem
O verde e o negro
Regresse a mim e te contarei
A história daquele mago

Era muito idoso
E com tudo isso
Deixou a vida para trás
Esqueço aqui a minha
Só para parar e te escutar
Para ser o teu degrau
Para ser o nosso altar

Aqui ou na eternidade
O solo mais improdutivo
Em terra nua
Tendo a presença desse fruto
É mais rica que o fruto rubro
Mais saboroso
Que o meu poder possa romper

Logo me esqueço
Na vastidão das lendas
Até que a margem cesse
Ou até que o fogo consuma
Toda essa dor
Todo esse esquecimento
E a renúncia febril

Não vou mais rir
Não vou mais rezar
Tampouco acreditar
Apenas ser a esfinge de tua gama
A lembrança de tua ausência
O refúgio de tua alma
Ou a sombra do teu amanhecer...


Em Campos de Julio-MT.
Adam Poth
Enviado por Adam Poth em 11/02/2012
Código do texto: T3492307
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