PECADOS DA CARNE
Olha pra mim fala pra mim
O que aconteceu
Cadê aquele olhar que antes era meu
E que agora no ontem
Já não encontro mais se recolheu
Da flor se perdeu
No vento passou
Se enclausurou
E nunca mais saiu deste convento
Se ostracizou casou-se com o meu criador
De meu mundo cárneo saiu
Fale que nada fui que o ovo não eclodiu...
Atolado fico como em areia movediça
Levaram minha noviça
Diga que este tempo tomado
Fo i um roubo sem pecado
E agora nada flui nem reflui
Cadê teus olhos retinas sem lentes
Que me olhavam silentes
Que falavam que me amais
Sinto-me como um vaso abandonado
Em cuja terra cai tombada
Nada mais brota
Porque de mim tirastes
A infinita virtude do amor de minha frota
De minha raiz da alegria e agora dentro
Dele rego lágrimas sem bilhetes
E só rolam ervas daninhas
Que para nada me servem
Levastes meu mundo o sorvestes
A terra secou é triste a canção
Ouço músicas Gregorianas
Comendo o pão que o diabo amassou
Sem nenhuma comiseração
O jeito é seguir esquecendo rezando baixinho
Os altos e os gemidos em contraltos
Morri farei sozinho meu ato de contrição...