CIÚMES

Entrelinhas, me cobras a suposta posse

E já não percebes que estás com o passado inda à vista

Aquelas fotos, os fatos, recados mostram

E calo-me, frio, ante à incerteza tola do esquecimento...

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Por um momento hesitei em duvidar

Embora não tivesse certeza alguma

As dúvidas nos perseguem, nos quartos, pela casa vazia

Nos retratos pálidos das avenidas da vida!

Cenários de ilusão

Castelos de palha e sal

Janelas se mantém abertas

As cortinas manchadas de sangue...

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Se queres ficar em passado

Se ele permanece nesta sua casa

Mocado em falsas paredes, gavetas mortas

Finjo-me de cego e enxergo tudo na retina destes seus olhos!

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[Eles não conseguem mentir, sua boca e mãos, sim.]

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Nada me escondes

Nem que tu queiras

Não tapas o sol com a peneira

São raios que queimam meus olhos

E esse azul que é só seu

Faz das suas letras o remédio para a novidade

Sou a sua mais nova verdade

Refletida entre sonhos e mágoas...

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Apodrecer no ontem

É feder no presente

O seu perfume decente

Traduz-se nas serenas linhas

São linhas de amor e de dor

Loucura, razão e pavor

Ator, não sou desses que fingem

Sou todos, mas não sou nenhum!

Dos ponteiros do relógio

Eu só miro o meu porvir

As fatos, os fatos, recados estão rasgados!

Sou por inteiro, O Rio não está em mim...