Naquela Madrugada…
Brilha uma lua no horizonte
Não sei se acabou de nascer
Ou se se irá agora deitar
Para dar lugar ao sol
Sendo um sinal para o resto do mundo
Que em breve será hora de acordar…
E eu não o sei
Porque não dormi
Porque me esqueci de adormecer
Porque nessa altura
Apetecia-me algo mais
Do que aos braços do sono me render…
Apetecia-me prolongar esse momento finito
Essa coisa
Sempre temporária
De estar contigo
Querendo prolongar o nosso abraço
O entrelaçar dos nos braços
Para além do horizonte do tempo
Queria estar contigo
Parado
E em movimento
Tudo ao mesmo tempo
Sem nunca parar
Sem nunca parar de te abraçar
Pois quando nos deixássemos
Mesmo que por pouco tempo
Seria uma eternidade
Que eu não conseguiria tolerar
Mas a lua
Eterna guardiã
Da sensibilidade
Da humanidade
A lua disse-nos
Que o tempo passou de facto
Que contra ele
Era inútil lutar
E assim esse momento
Que queríamos congelado
Se diluiu
E se desfez
No colo difuso
E diáfano
Da eternidade…