Naquela Madrugada…

Brilha uma lua no horizonte

Não sei se acabou de nascer

Ou se se irá agora deitar

Para dar lugar ao sol

Sendo um sinal para o resto do mundo

Que em breve será hora de acordar…

E eu não o sei

Porque não dormi

Porque me esqueci de adormecer

Porque nessa altura

Apetecia-me algo mais

Do que aos braços do sono me render…

Apetecia-me prolongar esse momento finito

Essa coisa

Sempre temporária

De estar contigo

Querendo prolongar o nosso abraço

O entrelaçar dos nos braços

Para além do horizonte do tempo

Queria estar contigo

Parado

E em movimento

Tudo ao mesmo tempo

Sem nunca parar

Sem nunca parar de te abraçar

Pois quando nos deixássemos

Mesmo que por pouco tempo

Seria uma eternidade

Que eu não conseguiria tolerar

Mas a lua

Eterna guardiã

Da sensibilidade

Da humanidade

A lua disse-nos

Que o tempo passou de facto

Que contra ele

Era inútil lutar

E assim esse momento

Que queríamos congelado

Se diluiu

E se desfez

No colo difuso

E diáfano

Da eternidade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 09/02/2012
Reeditado em 09/02/2012
Código do texto: T3488753
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