Pedido de amor de um jovem ultra-romântico á uma jovem parnasiana
Todos meus amores; febris
Saudade de um lugar; Paris
Se eu te dissesse, que gosto de rimas
Estaria mentindo para seduzir-te
Eu sou mais andarílho desatento
Escrevo com fome á qual um miserável
O miserável não rejeita o alimento
Sei que amas as métricas, a linguagem parnasiana objetiva, toda essa lapidação de um verso.
Mas vejas bem minha cara:
Sou preso num subjetivismo louco,
Meus sonhos seriam interpretados por Freud como histeria e gostaria muito de amar-te em versos soltos modernistas.
Se eu te fosse um príncipe parnasiano me amarias?
Ou será, que a literatura é só uma criativa desculpa, para dizer que não me queres?
Princesa Parnasiana,
Transformaria todos meus versos lúgubres em rimas, se a ti fosse seduzir, mas sou ultra-romântico e meu amor sai em versos anárquicos.
Prometo a ti, que podes me ensinar a tua rima.
Mas, princesa, peço-te que aceites essa anarquia sentimental
e que beijes a boca desse débil mental!