QUEM SABE AGORA POSSA TER PAZ!

Quiçá o meu agora esteja na hora

ideal para render-se e precisa

da solidão, mesmo estando rodeado

de criaturas pelas quais ainda preservo

as mesmas afeições de antigamente.

Tenho a impressão que vou me dar bem

nessa nova casa, embora sabendo que serei

um estranho mesmo não havendo ninguém,

somente eu.

Assim, quando definitivamente instalado,

vou ter que adaptar-me, tempo eu sei que terei

para as minhas recordações, para esboçar um sorriso

amarelo quando receber as visitas das

lembranças vivas que me fizeram feliz.

Em outras ocasiões, ocorrerão lágrimas

pela forma como as desavenças caminharam,

passos rápidos e resolutos a fim de

cumprir-se o que já estava determinado.

Coisa certa é que a nova casa será de um vazio

único e que pode chegar às raias da insanidade,

mas é preferível assim, não terei inimigos

gratuitos e não serei alvo de falsos sorrisos.

Então, vou guardar meus ideais em

prateleiras revestidas de veludo e minhas esperanças

acomodadas em um suntuoso relicário, quem sabe

assim nessa modalidade de vida, possa ter paz

mesmo com lágrimas...

Wil
Enviado por Wil em 07/02/2012
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