CAMINHANTES DO AMOR
Tua longínqua terra me aguardaria
Meu mundo só existe dentro do teu mundo
Minha incubadora é o ar que tu respiras
Inundo-me de teu sangue banhando-me em poesia
Corre nos pântanos de minhas veias
Os mistérios das tuas encarnações
Teu rosto esculpido nas imemoriais linhas
Tracejadas no céu escarlate de celestiais emanações
Coágulos de amor catalogados se avizinham
Nos zodíacos mapas astrais colados
Nos céus de meus neurônios xadrezistas
O amor é como um vaso de circunvoluções
Ondulações quais serpentinas sem pistas
Que precisam sair pelos buracos negros
Porque precisam do ar oxigenado das lembranças
Para encherem as taças das alegrias
Num brinde que ficou guardado de andanças
Armazenados em alguma parte
Da memória, pois que só levamos
As coisas boas, e as ruins ficam flutuando
Como bolhas de sabão vão implodindo
Perniciosas como que esbarrando
Nos espinhos das rosas suspirosas
Até desaparecerem no cosmo
Das rodas das encarnações
Mais as emoções jamais morrem
São transferidas para dentro
Do disco rígido armazenados
Dentro do vaso propulsor que jorra
Verdejante como um feliz andante
Para a sede das emoções
O fígado que é uma flor vegetal
Sempre que se corta volta
Ao seu tamanho normal
É a esponja que guarda
Nosso sentimento quase angelical
É neste ir e vir que nossas
Lembranças vêm e vão
Na valsa do verdadeiro amor
Dançadas no salão da eternidade
Estamos anexos
Perplexos de amor nas asas do sol
Pois é nele que a vida subsiste
E é para o rol do amor que existimos
Nada é mais forte que este amor imorredouro
O verdadeiro velo de ouro
Que nos enche de vida plena
No sifão deste imenso sorvedouro...