CAMINHANTES DO AMOR

Tua longínqua terra me aguardaria

Meu mundo só existe dentro do teu mundo

Minha incubadora é o ar que tu respiras

Inundo-me de teu sangue banhando-me em poesia

Corre nos pântanos de minhas veias

Os mistérios das tuas encarnações

Teu rosto esculpido nas imemoriais linhas

Tracejadas no céu escarlate de celestiais emanações

Coágulos de amor catalogados se avizinham

Nos zodíacos mapas astrais colados

Nos céus de meus neurônios xadrezistas

O amor é como um vaso de circunvoluções

Ondulações quais serpentinas sem pistas

Que precisam sair pelos buracos negros

Porque precisam do ar oxigenado das lembranças

Para encherem as taças das alegrias

Num brinde que ficou guardado de andanças

Armazenados em alguma parte

Da memória, pois que só levamos

As coisas boas, e as ruins ficam flutuando

Como bolhas de sabão vão implodindo

Perniciosas como que esbarrando

Nos espinhos das rosas suspirosas

Até desaparecerem no cosmo

Das rodas das encarnações

Mais as emoções jamais morrem

São transferidas para dentro

Do disco rígido armazenados

Dentro do vaso propulsor que jorra

Verdejante como um feliz andante

Para a sede das emoções

O fígado que é uma flor vegetal

Sempre que se corta volta

Ao seu tamanho normal

É a esponja que guarda

Nosso sentimento quase angelical

É neste ir e vir que nossas

Lembranças vêm e vão

Na valsa do verdadeiro amor

Dançadas no salão da eternidade

Estamos anexos

Perplexos de amor nas asas do sol

Pois é nele que a vida subsiste

E é para o rol do amor que existimos

Nada é mais forte que este amor imorredouro

O verdadeiro velo de ouro

Que nos enche de vida plena

No sifão deste imenso sorvedouro...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/02/2012
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