RELÓGIO DE CORDA
Relógio de corda, que me acorda,
Para dar corda ao relógio do amor,
Bate no compasso do meu coração,
O ritmo da alegria, no descompasso da solidão.
Contabilizei e proporcionei o tempo,
Negligenciei pensamentos para te encontrar.
Queria o tempo parar, e eternizar o momento.
O relógio de corda paralisou,
Pensei enganei o tempo do amor.
Ficou sem graça, queria ação, vou para a contramão.
Acordei e dei corda ao meu coração.
Acelerado descompassado no ritmo da emoção.
Pisei no acelerador, agora a todo vapor,
Sigo minha intuição, dou cordas à imaginação.
Viajo no universo dos pensamentos, sem arrependimentos.
Seria um contra-senso? Talvez, agora a dinâmica da vida
Não deixa saída, tempo desconstrução, horas de arrumação.
Acordo com meu relógio, hora lógico ou biológico.
Preciso dar corda e ver o que vai acontecer,
Pago para ver, nada a temer, não vou correr.
Você pediu corda e dou então com satisfação.
Estiro a corda, ando sem rede de proteção.
Olhar fixo no horizonte da esperança,
mantém-me calma devido às circunstâncias.
Perigo passou, desço e olho o relógio de corda,
Que me acorda para a realidade,
Peço um acordo, que fica acordado,
Preciso do descompasso, passo a passo,
Sigo meu desatino, insano, humano.
Quero apenas o tempo da inspiração,
Respiração vital para uma vida poética.