RELÓGIO DE CORDA

Relógio de corda, que me acorda,

Para dar corda ao relógio do amor,

Bate no compasso do meu coração,

O ritmo da alegria, no descompasso da solidão.

Contabilizei e proporcionei o tempo,

Negligenciei pensamentos para te encontrar.

Queria o tempo parar, e eternizar o momento.

O relógio de corda paralisou,

Pensei enganei o tempo do amor.

Ficou sem graça, queria ação, vou para a contramão.

Acordei e dei corda ao meu coração.

Acelerado descompassado no ritmo da emoção.

Pisei no acelerador, agora a todo vapor,

Sigo minha intuição, dou cordas à imaginação.

Viajo no universo dos pensamentos, sem arrependimentos.

Seria um contra-senso? Talvez, agora a dinâmica da vida

Não deixa saída, tempo desconstrução, horas de arrumação.

Acordo com meu relógio, hora lógico ou biológico.

Preciso dar corda e ver o que vai acontecer,

Pago para ver, nada a temer, não vou correr.

Você pediu corda e dou então com satisfação.

Estiro a corda, ando sem rede de proteção.

Olhar fixo no horizonte da esperança,

mantém-me calma devido às circunstâncias.

Perigo passou, desço e olho o relógio de corda,

Que me acorda para a realidade,

Peço um acordo, que fica acordado,

Preciso do descompasso, passo a passo,

Sigo meu desatino, insano, humano.

Quero apenas o tempo da inspiração,

Respiração vital para uma vida poética.

Marta Cavalcante Paes
Enviado por Marta Cavalcante Paes em 05/02/2012
Código do texto: T3481367
Classificação de conteúdo: seguro