A rosa do asfalto

O poeta está triste

há sombras no seu olhar

seus lábios se serraram

não mais declama o amor

Se o poeta sente dor

o mundo perde sua cor

a natureza se cala

porque não tem quem as declara

Procuro pelo poeta em seus olhos

Se o vejo não o enxergo

Em suas pálpebras o chumbo

enche de bronze o meu mundo

Ofereço ao poeta uma flor

planto-a numa pequena brecha

que vaga no duro asfalto

dantes um solo fértil

hoje um grande negror

As cores vivas da flor

tão vermelha, tão viçosa

contrasta com a manta asfáltica

que tenta vencer a rosa

A rosa é o meu amor

o asfalto a sua dor

(Tita)

Tita Miranda
Enviado por Tita Miranda em 05/02/2012
Código do texto: T3480923
Classificação de conteúdo: seguro