SE ACASO VIER
Me incomoda a lassidão de seus passos
Sobre a maciez de meus dias.
Sei que eles virão ganir, revolver, trucidar,
Marcar minha vida com a suas pegadas.
Qual ventura terei se acaso me reentregar à você?
Qual desenho colorido irá cobrir minhas cicatrizes?
Sei de cor sua fala, seu engodo, seu encanto.
E se acaso me calo é por mera contemplação,
Como se contempla o fim inevitável.
Não manche mais minha vida, te peço.
Não adube mais meu desespero, te suplico.
Se vier, dessa vez venha para ficar.
Adie a data de sua partida e se desmanche em mim,
Como eu me desfaço em você!