Espera


Noite calma, lembranças retorcidas
Onde estará você que outrora jurou 
com palavras talvez nunca sentidas
a mais pura proclamação de amor ?

Quem me dera poder voltar no tempo
retroceder as horas e nossos momentos
Reter aquela lágrima que foi recolhida  
para junto ao último beijo ser sorvida  

Quem dera inalar teu inebriante cheiro
sentir em teus braços os antigos desejos
Ser agapornis, contigo voar nas alturas
 lá te amar sem desdém nem compostura

Cadê este amor que tanto anseio sentir?
Hoje, o vejo incólume num pétreo jazigo
quieto, esperando que possa ressurgir 
e, como petiz, sair libente deste castigo

A este amor canto em arroubo alarido
enquanto esta distância nos for amiga
acalenta-me presente nos meus sonhos
para que tristonha, Adeus não te diga 


 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 04/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3479992
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