MESMO QUE AMANHÃ NÃO HOUVER MAIS
Quando amanhã não houver mais
eu virei sempre ainda uma vez
na quietude d'umas botas pontapisantes
de surpresas
beijando seus lábios de tenrices frutosas
e os seus olhos alados
e deixarei rosas desenhadas
da minha boca sedenta
e chocolates delirantes
aos pés cujo toque na areia
inventa as ondas do mar
Eu virei mesmo que amanhã não houver mais
e sempre ainda uma vez
trazendo um amor tão maior
que mesmo que você durma
distâncias despovoadas
e mesmo que eu já não esteja mais aqui
de cada lágrima da saudade que deixo no seu portão
um pássaro de cor nunca vista há de cantar
o amor
este amor tão imenso que entrego sem temor
porque o amor declarado permanece na alma
p'ra viver em sonho muito depois que eu me for