Poemas para Maria lX

Maria poeta

De amarelo canário vestida,

Dentro da gaiola!

Maria está febril...

Não canta, chora.

Abro a porta de vidro

Maria voa...

Em seu cavalo alado!

Visita a lua.

Sobrevoa mares!

Não é mais caramujo,

Nem ostra, nem pérola,

Nem concha do mar...

Maria no ar, levitando...

Maria Profeta,

Maria poeta.

Com caneta, lápis de sobrancelha e batom

Exerce seu dom!

Lamparina que clareia à lua,

Maria nua de alma,

Ilumina as ruas.

As vielas, os becos, os telhados...

Seu interior detalhado, passeia

Por caminhos, dantes navegados.

Meu sangue se mistura em suas veis.

Abre o Livro dos Poemas

Com o respeito que tem à "Bíblia"!

Vivem lá seus sentimentos,

Numa ilha.

Trancados a sete chaves,

Sete véus,

Sete estrelas,

Ela abre seu Diário.

Monge do Tibet

Escolhido para ouvi-la!

Calo.

Cada ponto, cada virgula,

Acentos e reticências...

A palavra é singular

Maria é plural.

Meandros nas histórias,

Abismos, labirintos

Absinto.

Sente, sinto,

Sinfonia...

Som de harpas em harmonia,

Violões, violinos, violoncelos,

São as vozes de Maria.

Atabaques, bongôs, pandeiros,

Frevo, xote e baião.

Romântica, ioiô, pião.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 03/02/2012
Reeditado em 03/02/2012
Código do texto: T3478373