SEREIA DO AMOR
Queria não saber o que pode acontecer entre mim e você
Deixar seguir sem o refrão da letra como a vaga vadia
Queria preencher tuas manhãs vazias
Queria que teu quintal florescesse com minha cançoneta
Queria amanhecer entrar na nossa sede de desejos e te beber
Quanto mar eu tomaria nas tuas conchas salinas
Queria em teu sonhar voar nas asas das borboletas
Meu paladar que chega pra te embriagar
Como a gaivota que arqueia seu peito
No sumo poético do céu azul
Queria minha boca inundar de teu suor
Na tua louca salivação tanta umidade em derredor...
Olhar macio que deita sobre os meus
Obra mais pura de Deus...
Embriagar-me no teu vinho de delirantes anseios
Como um lacre de rolha libertar-te por dentro
Abrir-te em preamar em águas de borbulhas fugitivas
Ser as dunas dos teus seios
Adentro-te e roubo teu querer em cheio
Risonha ensopa minhas fronhas
Eu quero que componhas
Meus versos em teu travesseiro
Vem te incrustas
Em meu farol
Vou por dentro da noite a te iluminar
Ser a tua estrela guia
Esguichar-me em maresia
Pra que eu possa em oferenda a Yemanjá da Bahia
Oferecer-te nas velas sem rumo de minhas letras
A perfumada flor de minha poesia