SEREIA DO AMOR

Queria não saber o que pode acontecer entre mim e você

Deixar seguir sem o refrão da letra como a vaga vadia

Queria preencher tuas manhãs vazias

Queria que teu quintal florescesse com minha cançoneta

Queria amanhecer entrar na nossa sede de desejos e te beber

Quanto mar eu tomaria nas tuas conchas salinas

Queria em teu sonhar voar nas asas das borboletas

Meu paladar que chega pra te embriagar

Como a gaivota que arqueia seu peito

No sumo poético do céu azul

Queria minha boca inundar de teu suor

Na tua louca salivação tanta umidade em derredor...

Olhar macio que deita sobre os meus

Obra mais pura de Deus...

Embriagar-me no teu vinho de delirantes anseios

Como um lacre de rolha libertar-te por dentro

Abrir-te em preamar em águas de borbulhas fugitivas

Ser as dunas dos teus seios

Adentro-te e roubo teu querer em cheio

Risonha ensopa minhas fronhas

Eu quero que componhas

Meus versos em teu travesseiro

Vem te incrustas

Em meu farol

Vou por dentro da noite a te iluminar

Ser a tua estrela guia

Esguichar-me em maresia

Pra que eu possa em oferenda a Yemanjá da Bahia

Oferecer-te nas velas sem rumo de minhas letras

A perfumada flor de minha poesia

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 01/02/2012
Código do texto: T3473490
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