Insana dor
Desposar-me-ei de escudo vil
por escusa batalha infame;
que não possa vencer-te , ó dor
nem saudade, que o amor me inflame.
Se valente fui outrora
hoje débil e fraco sou
compreendes bem quem viveu
a dor insãna, quem amou.
D'aguas de doces fontes sorvi
de teus beijos alimentei-me
fiz-me forte e viril
por amor me desvali.
Crí, e cruel foi
crer-te em palavras e atos
descerrou-me sentimentos
oque era e foi, de fato.
Nada fiz por merecer-te
oh insana e fria dor
nada quis, alem de ter-te
oh cruel e humano amor.