A ENTREGA
Maria Luiza Bonini
Quando a um poema, minh' alma entrego, por inteiro
Sinto o sabor de um mergulhar, sem os meus medos
Como suaves ondas a acariciar indiferentes rochedos
À espera de que sejam, de minha ternura, mensageiras
Quando a um poema, minh' alma entrego, por inteiro
Sinto-me penetrar em um infinito que é só meu
Onde me torno, deliciosamente alada, em apogeu
Como o alegre libertar de um pássaro em cativeiro
Quando a um poema, minh' alma entrego, por inteiro
Sinto-me a mais afortunada de todas as criaturas
A desfrutar, de todas as benesses, a mais pura
Quando a um poema, minh' alma entrego, por inteiro
Recebo as vibrações d' uma rara extasia, tão gratificante
Que a ele me consagro, com a fieldade una, de mulher amante
São Paulo/Brasil
Janeiro 2012