Tear de Versos

Incontáveis vezes

Sentei-me aqui neste mesmo lugar,

Sob o crepúsculo, ou sob a noite já alta

Em meus devaneios, descendo da solidão,

Deixando a tinta falar por mim!

Divagando pelo amor,

Teço minh’alma em raros madrigais

Semeados ao marejar do verso

Que encontrei num âmago lírico,

Como uma flor orvalhada no amanhecer!

Sem temer,

Alço-me as multicores oferecendo-me

Um dançar doado pela brisa

Soprando suave entre minhas folhas

Prontas para receber o dizer desta voz instigante!

Pelo tear dos tempos,

Entrego-me aos cancioneiros da natureza

Vivendo um dia de cada vez, esperando do luar

Aquele avesso vestido na linguagem dos anjos,

Quem sabe, um renascer nas entrelinhas do gostar!

Auber Fioravante Júnior

29/01/2012

Porto Alegre – RS