Drinque de Sangue

cabeça cortada desbandeira horizontes

nenhum gigante alua

magias noturnas desingraçam

a pergunta:

ouso conceber universos

qual a face da semelhança

no meu Éden escriturado

anjos rolam primaveras

e o caos é uma pororoca

de olhos videntes

quero a memória

num drinque de sangue

coberto de fogo

- teu corpo é a ordem selvagem

eu quero conhecer a audácia,

no jardim dos seres sonhados

meu coração é uma gruta

aonde queima a chama cheia de música

e o teu corpo é a dança sorrindo

e você toca o Alfa e aciona o Ômega

e eu me descubro concreto no sonho

o Nunca chegou: velho mendigo idiota

vende jormais impressos no vazio

minha foto é uma escuridão

e eu renego a luxúria da miséria

sirvo teu paladar nos doces de olhos amantes

e descosturo as linhas das mãos

escravizando-te a docilidade

pelas palmas extorsivas sexofabuladas de Poder Carnal