O NASCER DO POEMA
As linhas marcadas pelo arado,
As linhas retas, o apaixonado,
As contempla, alucinado...
Tira da alma as palavras sementes,
E co’as mãos entre abertas,
Dispõe nas linhas, uma a uma;
E, de repente, palavras enfileiradas,
Sementes recém plantadas,
Formam o belo, apaixonadas,
Quase sem pretensão alguma.
E o lavrador poeta,
Com tanta paixão que o afeta,
Com lágrimas as rega... Sem esquema;
E, ao ver a plantação de palavras,
Enche-se de esperança novamente,
E contempla, ao longo da página,
O seu mais novo e viçoso poema.