O NASCER DO POEMA

As linhas marcadas pelo arado,

As linhas retas, o apaixonado,

As contempla, alucinado...

Tira da alma as palavras sementes,

E co’as mãos entre abertas,

Dispõe nas linhas, uma a uma;

E, de repente, palavras enfileiradas,

Sementes recém plantadas,

Formam o belo, apaixonadas,

Quase sem pretensão alguma.

E o lavrador poeta,

Com tanta paixão que o afeta,

Com lágrimas as rega... Sem esquema;

E, ao ver a plantação de palavras,

Enche-se de esperança novamente,

E contempla, ao longo da página,

O seu mais novo e viçoso poema.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 28/01/2012
Código do texto: T3467484
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