POEMINHA SAFADO.

Por Carlos Sena


 
Um travesseiro sobra na cama enquanto seu dono trabalha
Do meu lado um cobertor imenso me deixa sobrando
Enquanto me faltam pernas trançadas para embalar o sono
Um clic na porta e não é ninguém
Se um dia vem sem dizer noutro diz e não vem.
A maçaneta da porta de repente se mexe
É ele que vem e me aquece
Sou eu quem lhe insulta
Sou eu quem lhe despe.
Acordo do sonho e vão, tá lá o travesseiro só com cheiro...
No alcance do tato o sexo perverso
Querendo justiça com as próprias mãos.
A cama vazia diz que sim
O seu cheiro me adormece e digo não.