O AMOR E A ENTREGA

 


Versos servem  para que se indague mais!
Para que, no coração do homem,
 O amor e a entrega se defrontem
Com  o que ainda é somente silêncio na alma !
 
Diga, de  serve o que eu lhe digo
Se o avesso de minha voz
É o que mais  embarga o seu grito!
 
É que um silêncio nos questiona e nos une
Do outro lado de qualquer palavra que se diga
Quando em cumplicidade  não se entende
O que até a beleza unânime explica:
 
Como uma rosa branca ofertada diante do luar
O efêmero e o permanente caminham
Lado a lado, na intenção de seu beijo
 
À noite, essa  agonia ainda não respondida torna-se branca...
Alma branca,
Que no corpo de mulher faz-se entrega
E no coração do homem diz-se amor.
 
Ao avesso, a beleza ilumina sua própria dor,
No medo efêmero é  espinho,
No céu , um delírio intangível.
 
Mas de que serve o que lhe digo ?
Se a palavra nos une e, ao avesso da noite,
Seus olhos me cobiçam e seus lábios me beijam!
 
Para entender a entrega e o amor
É preciso desnudar o silencio branco que se cala na  alma...
Mas  você me traz rosas efêmeras em noites de luar
E eu componho versos, permanentes e brancos...
 
Ao avesso, essa dor continua por um caminho unânime
Lado a lado, o silêncio e o grito

Embargam  a cumplicidade de qualquer palavra que eu lhe digo.




Carmem Teresa Elias
Enviado por Carmem Teresa Elias em 26/01/2012
Reeditado em 29/01/2012
Código do texto: T3463415
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