Detalhezinhos...

A cinta-liga

Não fixa mais

Escorrega

Desce à perna.

O perfume…

Sentem apenas os passantes

Este teu vil olfato…

Não… eu sou a mesma.

Apenas murchei

Na tua retina

E apenas nela.

Tão efêmero…

Era para crescer asas

E voar…

Tornar-se amor

Mas veio com “defeito”

Estou sempre cercada

De defeitos teus

Inclusive os meus… tantos

Que não largam-me.

Estou sempre mudando-me. Inquieta.

Uso bilhetes, passagens, sandalinhas de couro.

Celas… apenas quando raramente

Vem buscar-me o branco cavalo alado.

Mas é tão raro…

Hoje faz Sol…

Creio que posso desfazer-me

De todas estas formas

De andar por aí.

Parei. Cansei.

Encontrei. Me.

Encontrei paz… no Amor.

Embora contraditório… não sei.

Usei a cela… desta vez.

E vou jogá-la

No poço

Dos desejos sem fim

De não mais

Ter que partir.

Mas… e se esta decisão não for minha?

Preciso saber…

Deste poço

Moço…

Se vai permanecer

Aqui.

Guardo, então…

Os bilhetes, passagens, sandalinhas de couro.

Mas… e a cela?

Bem… de certo não haverá mais

Cavalos brancos e alados.

Depois de tudo…

Estarei farta dele mesmo.

Karla Mello

Janeiro/2012

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 26/01/2012
Reeditado em 05/10/2017
Código do texto: T3462962
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