MAGIA BOTÃNICA
Ao espatifar-se a nave de Gaia na muralha da China
o espectro do cavalo libertado das chamas do motor
iniciou um tempo cuja democracia
é o crânio de uma caveira de carvão
Os nobres do espírito cravaram bandeiras de gás
nas bordas dos precipícios sem lei
e o medo eleito imperador
deixou proscritos os deleites do Amor e da Pureza
Mas nem por isso prendo a fera que empunha a espada da minha alma
o mergulho da juventude na carne que me orna
é banhado nas entranhas deste sexo
que em Você é a Magia Botânica
E eu chego salgado no navio da amada
o navio do sorriso que em Você é chama
e me leva à loucura de alucinólogo devorando plantas
porque as flores do Vício que na minha carne é carência
e na minha boca é o seu nome escorrendo o mel da pegada
são os anjos de uma força convertida nas cores flamejantes
do amor único e desenfreado, o amor do macho pela fêmea
que salva o planeta do desastre da solidão
cujo Nome é Nunca, e está fora do nosso amor de vândalos da carne