CHORO LINDO
Com a cólera selvagem de um deus pagão no olhar
te invento porque arrebento de todas as vontades
O fogo combustila teu sexo e retiro rubis da vertigem
que no teu olhar desenha devaneios mar e motos singrados
Eu abdico da elite nenhum vândalo permanece
quando o que resta é um réquiem
Quero uma tempestade apenas por conveniência
quero engarrafamentos e tropas na rua
a conspiração começou
Deixo na beira-mar a droga que nunca usei
e uma estátua de quem nunca foi herói
De agora em diante o tempo é um te-amar permanente
reconheço apenas a necessidade tirana de ter a ti sem outro quê
Porque eu não digo, amo, e me alimento do fogo
só porque o teu corpo é o instrumento do meu opus
retiro do teu amor o choro lindo espalhando a música da manhã