JEITO MALANDRO
Saber-se esquecido bussoleia os pés
mas o sentido de tudo nasce
quando a saudade aparece no sorriso
eu me sinto certo como um lagarto
a sensatez é de verdade
quando a cólera é o grito do Amor
eu pinto na parede bichos irreais
com o sangue do sexo que não serve mais
perdida a lógica porque inexiste loucura
desmonto da mula aonde o progresso
desaparece do jeito malandro
só a máquina é incapaz da soma
seja como for troco o violão pela comida
e sopro cores inventando borboletas
do arsênico do sonho
porque o muro de cada jardim
é uma forma de iludir
a vontade de criar como a Natureza