Anseios
Arranquei do meu peito
os véus do medo
E despida
minh’alma banhou-se
nas mornas águas
que a felicidade me trouxe
O corpo coberto apenas com a luz
que a chama ardente do desejo
reascendeu com toda brandura
E num gesto doce e cheio de ternura
Preparei-me para te esperar
Espero-te amanhã
E mesmo que não venhas
colocarei o perfume que tu mais gosta
enfeitarei meus negros cabelos
com as quimeras colhidas no jardim
Em tons carmim... pintarei os meus lábios
e os meus olhos com a palheta de cores
das sombras dos meus segredos
A espera que desvende-os... um a um
com um único... terno e doce olhar
Espero-te amanhã
Acorrento-me na certeza
de que não vives em minha ilusão
antes do meu corpo se dissipar
na branca espuma do sono
e adormecer sobre as estrelas
entre teus sonhos
Espero-te amanhã... Amor