O anjo.
Anjo sem rosto
De mãos inclinadas para baixo
Seu manto esconde a sua formosura
Seus desejos são sagrados.
Olhas-me de frente
Estudamos um ao outro
Sabes o que quero
Sei que sabes
Mas não falo
Meus pensamentos de livro aberto
Estancas tudo no momento
Não sou nada diante da concepção.
Percebo a sua manta encostar-se ao chão
Cores vivas e suaves emergem do seu peito
Circunda a nossa volta
Inconsciente tento sair de cena
Mas os meus pés não obedecem
Sinto como se tivesse num palácio de cristal
Olhos no chão vêem o suor da emoção
Um sibilar na cabeça vem me visitar
Os tons correntes trazem uma mensagem
Parece que sou operado instantaneamente
E o meu coração assumiu mais felicidade
Deixando na eterna reserva
O medo que eu tinha de nunca levar
Para além das minhas próprias fronteiras
As poesias que nascem
Em meu coração.