Confesso ao vento
As lagrimas que jorram do meu peito calam minha boca com uma dor que nem mesmo os meus olhos puderam descrever. Mas se ele soubesse, se ele sentisse, se ele fosse humano saberia reverter à morte que há em mim.
Instável amor que me controla e que me lança ao marasmo incondicional de uma existência insignificante. Voz que me cala. Olhar que me anula. Mãos que me apagam. E que me amam... Já não sou, não sinto, não vivo por mim.
Junto de te tudo o que penso é em entregas, verbos no subjuntivo mais que submetidos ao sentido do modo amar. Mas o que tenho não se iguala a um olhar perdido num espaço infinito entre dois amantes.
Um dia quando nada mais me importar e tudo que for belo cinza ficar, vou saber que nada adiantou, nada em mim ficou, a não ser a dor de saber que nada fui além de cinzas de cigarros perdidas no vento.
Ainda assim vou te amar. Como é estranho saber que o amor veio e você não viu. Te amou, se entregou, sorriu, viveu...
Nada mais me resta a não ser viver, mesmo que presa a um momento, a palavras ditas e eternizadas no vento. Meu coração está em chamas, num eterno penar. O meu lamento. É amar você verdadeiramente.