ANJO do METAL
A ansiedade é um demônio
e o meu escudo de prata espelhada
aonde a Medusa arranca mais almas
é a patente do mercado das tralhas
A companhia cinematográfica da morte
mais do que espetáculo rouba neurônios
catatônicas caretas nas janelas
todos procuram a sílaba tônica
caída que nem pedra na calçada
Procuro nos acordes da guitarra
a tua voz repetindo o último adeus
como é o meu sangue propício no banho à farra,
o repetício do teu nome é o meu anjo
virado cigarra
Aliás, essa história de anjo
- faço das asas a sua tenda
e o povo demônio chora nas vielas,
é preciso que se entenda
-as velas brilhantes no fundo do abismo/
estrelas desencaminhadas do céu,
por bandeiras entendem fantoches,
cada lágrima dos teus olhos
é o anel dos sonhos
do meu Acorde
Há quem troque um reino
por uma roça de milho e porco,
eu no entanto estendo a estrada
de uma porrada
por onde viajo no desejo
até o teu castelo de dama desavergonhada
Eu vejo os seres do céu/
todos me acenam
mensagens caladas,
mas é a tua saudade
que desce da nuvem
o anjo do metal badalado
pelo meio das minhas coxas de macho
escorrendo o amanhecer da Terra
no teu sorriso alimentado