Quando digo!

Quando digo tudo, digo amor e alma,

Pois quero que vivas em meu pensamento,

Nas tristezas e nas alegrias, minhas ou tuas;

Que sintamos nós, um mesmo sentimento.

Nessa homogênea unicidade,

Não temo o lento caminhar para o fim,

Nenhuma angústia pode me envolver,

Nem solidão, pois estás em mim.

Se, no entanto, em um longínquo dia,

For esse amor só uma lembrança,

Terá, talvez, sido por ter reluzido

Como só reluzem sonhos de crianças

Antes porém que se apague,

A luz!...

Há de ter brilhado tanto e com tal fulgor,

Que todo meu ser, toda minha alma,

Terão se consumido

Nessa chama,

Nesse amor.

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 23/01/2012
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