E de que adianta seu moço?
Trago atrofiado o pensamento
nem o vento pode mover um só dedo
do que gostaria de falar sem medo
sem falsidade nem segredo.
A dor algemou sinapses,
se alguém ao menos tentasse,
a poesia me ensinasse,
por certo faria versos,
loucos, tensos ,
primorosos, poéticos ,
densos, proféticos
ou patéticos,
declamados aos moucos
libertaria meu pensamento
deixaria qu'os lábios do vento
gritassem aos quatro cantos
os desencantos
engasgados na garganta
e de que adianta seu moço?
seriam repelidos por cegos e coxos
Santa de casa jamais encanta!
Benvinda Palma