= Em busca do poeta =

Do nada, veio à noite.

Nem a percebi!

Fizeram presença as luzes da cidade.

Em minha debilidade, as estrelas eu olhava.

Tudo passou!

Foram as horas, os dias e o ano.

A mercê do vazio, eu senti o peso do nada.

Muito eu fui

Muito busquei

Muito realizei.

Mas, e o Eu!

Eu, perdido no tempo

Eu, jogado ao vento

Eu em partes.

O poeta,

O sonhador,

O velho menino que fazia de seu coração

O berço macio dos sonhos

Não mais o vi!

Acordei-me hoje

Firme como uma rocha.

O meu lado concreto caminhava

Lado a lado

Com o tempo.

Do velho menino, uma saudade tremenda eu senti!

Aquele que sobrevoava as estrelas

Que fazia de ti, oh mulher, o ícone dos devaneios.

Eu quero o meu amigo poeta de volta

Por inteiro, só assim, resgatarei meu eu verdadeiro.

O amor e os sonhos são abstratos, mais concretos do poeta.

Tonho Tavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 22/01/2012
Código do texto: T3455077