MORTE ao POETA
bebo a última coca cola do planeta
enquanto te espero
as rosas do apocalipse na mão
e os olhos vidrados da fera sexual
atrás d'óculos escuros
preciso de uma revolução fora da rede social
escolho teu corpo e o milagre
é um sorriso de bossa nova ponteado de blues,
quero o anúncio: o sonho do visionário
rasga no out-door, o sonho do visionário
escorre em sangue inundando o metrô
Morte ao poeta! medíocre de tudo
não enxergou a queda da bolsa nas visões,
não elegeu candidatos, não deu carteirada
em bêbado, sequer compôs um samba,
sacripanta sacaneou sertanejos
no teu colo de amada além da cabeça deitada em delírios
inventei a noite porque o teu sexo é a única poesia em decibel
e dirijo o mais louco cadillac estofado nas tuas coxas
a caminho de um banquete brindando nosso sangue,
carnívoro na prece, precoce na insubmissão
não me importa a saparia desafinada nem a lua torta,
guerrilhas religiosas afundam aonde a maré é furiosa,
levo como amigo o macaco no ombro, ele entende o que digo,
unicamente vivendo o amor eterno longe da lei feita de remendo,
mas, sobretudo, amante do teu ser, fêmea teando veludo