Menina da agulha
Amo essa menina que sonha à janela
da casinha tão singela, beira-rio;
as águas vão bordando em torno dela
e o vento a vai cantando em assovio.
Amo-a porque jogou nas águas, delicada,
uma folha de jasmim, à minha procura;
e lá foi ela à correnteza carregada
atravessando os vãos da noite escura.
E quantas noites foi passando, errante,
até chegar naquele azul, lago espelhado;
soubesse ela que abordara meu batel...
Amo essa menina que escreveu, distante,
com a agulha que bordava, um nome idolatrado
nessa folha; e esse nome... era o meu!