Nada resta

Nosso amor se foi, que desventura!

Os quiméricos sonhos despencaram

com as paixões ardentes, ressicaram;

que seguidão se transformou nossa ventura!

Pelos transidos anos quantas juras

nos fizemos, quão grave nosso amor ;

agora, pobres de nós, não temos cura,

almas errantes, caimos em estupor.

Se tudo se apagou em torvo esquecimento,

nada mais nos resta; nem a dor

de ter perdido o que não volta, o tempo,

nem a graça de encontrar um novo amor.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 12/01/2007
Código do texto: T345164