Nada resta
Nosso amor se foi, que desventura!
Os quiméricos sonhos despencaram
com as paixões ardentes, ressicaram;
que seguidão se transformou nossa ventura!
Pelos transidos anos quantas juras
nos fizemos, quão grave nosso amor ;
agora, pobres de nós, não temos cura,
almas errantes, caimos em estupor.
Se tudo se apagou em torvo esquecimento,
nada mais nos resta; nem a dor
de ter perdido o que não volta, o tempo,
nem a graça de encontrar um novo amor.