Fluir de amor
Derrama sobre meu caldo sereno o calor do amor
Nem imagine flores ou cores que não sejam do meu transparecer interior.
Deixe-me fluir, sorrir, gozar e ir.
Seja ouvinte e confidente ou serenamente ardente.
E somente nesse momento, seja meu.
Corro pelas aragens solitárias cansada do desamor.
E das poucas vontades do homem que renega, nega e se esfrega com seu vapor
Búfalos, cavalos alados, pássaros, cachorros, animais em extinção,
numa cidade maravilhosa.
goza
gozo
o prazer é carnal
Mas a alma do poeta reclama e conclama a vida alem
o amor, o desejo, alem de mim e de ti, há o encontro de águas.
E na calmaria dos sonhos,
nas vistorias sem revisa,
nos encontros de olhares
é novo apaixonar-me
E como intensa teia
traçada, trançada,
embalada por aranhas
venenosas as outras...
Como ser gente, em tempo decrescente do ser humano?
Amor, ah! amor!
Cala-me e beija-me!
Deixe-me fluir como gotas
Transpira e pira
E como respiração de corredores
Correntes de sal...
Frenéticas imagens do amor que construo
Como as bolhas de sabão das crianças
Que já gritam no meu quintal.