“Mesmo que eu não tivesse um coração...”
 

Nessa manhã calma e chuvosa deparo-me extasiada
Que mesmo se eu não tivesse nada, nem um sorriso nos lábios
Que mesmo se a minha pena se tornasse inimiga e pesada
Se mi'a escrita fosse destruída e apagassem todos os meus desejos
 
Mesmo que eu morresse de fome por sonhos não vividos
Como a flor que sem o sol não vinga nem a árvore dá frutos
Mesmo que meus intuitos perdessem a noção dos caminhos
Ou que do sumo das lindas uvas não se obtivesse mais o doce vinho
 

Ainda que eu não pudesse visitar os vinhedos de Bento Gonçalves
E meus pés não mais pisassem o chão de minha terra sagrada
Que nada mais me fora dado e o tudo eu não mais alcançasse

Mesmo se eu não mais adquirisse a graça de ver a primavera florida
 

Ainda que eu tivesse que me desfazer de toda e qualquer razão
Que eu tivesse que mergulhar na imensidão de uma utopia
Ou que o sol não iluminasse o dia e eu precisasse viver na escuridão
E mesmo que arrancassem meu coração, ainda assim eu te amaria.
 

DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 19/01/2012
Código do texto: T3449117
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