Amanhã Talvez

Procure-me, mas finja que não me viu.

Enquanto me finjo desconcentrada,

Converse com todos ao nosso lado,

Depois me cumprimente sem receio.

E sem jeito, conte sua piada,

Que mesmo sem graça, darei risada.

Conte-me contente sua visagem,

Que mesmo tola e exagerada,

me fingirei ébria e enredada.

E se te atrapalhares, cuidado!

Tropeça com timidez, mas não caias!

Acho fofo você envergonhada...

Aí, chegue mais perto e se sente.

E depois, finalmente, seduza-me!

Esbarre sua mão em mim sem querer.

No fulgor do meu rosto, se aproveite,

Por favor, adiante-se e me beije!

Provoque o toque e vamos daqui.

Nosso corpo e o tempo a pulsar!

Somos antulho, beija-flor, colibri...

Veja o licor se transburdar

Em algo doce, quente e lúbrico,

Pra você me irromper, me sublimar.

Sua mão, sua boca que abismos,

Por onde despenco, deliro, explodo...

Ao final, de alegrias me fadigue.

E tonta se despeça de mim louca,

E amanhã, outro dia, outra vez,

Vai saber, pode ser que você ligue...

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 18/01/2012
Código do texto: T3447235