LEMBRANÇAS DE NÓS DOIS
Jorge Linhaça
 
Ao som dos violinos
tangidos pelo arco do tempo,
rememoro o meu passado.
Do terraço, vejo as águas do rio da vida,
murmurando desejos incontidos.
Abrem-se as cortinas do palco!
Entre as nuvens do céu, tua imagem.
Momentos de paixão intensa desfilam,
qual um filme projetado na tela do infinito.
Vestida de esperanças te aguardo...
Um frio na barriga, ah, ansiedade...
Se hoje não te vejo, não te abraço,
meu coração, neste descompasso,
sufoca em minha garganta o grito.
Sonhos, idílios, devaneios...
Odes de amor nas asas do vento.
Relembro teu toque , em mim, suave.
Sou tua, mas tenho tanto medo...
Vidas cruzadas, intersecções...
nas encruzilhadas dos corações.
Hoje sou a tua paralela...
no meu peito a saudade latente,
Nos olhos o brilho embotado;
nos meus cabelos a rosa amarela,
o sol esmaecido desta paixão.
QUisera serem nossas retas convergentes,
e num ponto futuro serem congruentes,
nosso corpos, unidos, em comunhão.
nossos sentimentos não mais reticentes,
juntando o antes o agora e o depois.
Ah, meu amado, hoje tenho, somente:
essas lembranças de nós dois.