Deixei a poesia nos guardados sem serventia,
Tomei as mãos: Martelo, formão e guia.
Desenhei nas madeiras, minha mais dura serventia,
Sou carpinteiro, construo coisas de alegria,

Bancos de descanso e molduras para retratos.
Faço com o esplendor do vazio 
Nada penso
Nada questiono.
Não olho no entorno,

Meus irmãos são todos madeiras!
Todos têm olhos de prego e mãos de parafuso

Furo madeiras com arco de pua
Encaixo tudo e esqueço
O que foi um dia poesia 

 


Imagem feita por mim, ali a 300 metros de meu portão de casa,  no estaleiro do seo hélio, onde carpinteiros constroem seu madeiros que navegam. Todos tem em comum o gosto pela madeira e pela conversa molhada por cerveja, ali no bar pequenino, também perto de casa, onde a marujada trocam  as pernas e alardeam sua chegada; costurando a rua aos moldes de quem continua nas aguas balouçantes.
  
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 17/01/2012
Reeditado em 21/02/2014
Código do texto: T3445665
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