Malhas do Coração
Aliciada em noites taciturnas
Sem efeitos de ilusão
Caída na origem do que nos resta
Entre factos de penas que nos aliciam em outras...
Lábios vermelhos
Quentes
Sedentos de liberdade...
Liberdade destruída à força das marcas cravadas no soro da alma
Liberdade recolhida
Retirada
Pelas malhas do coração
Entranhas estranhas pelos caminhos corrosivos
Longe do sonho
Da matéria
Do bem que nos enleva aos sonhos de criança...
Olhos vidrados pelo saudosismo que nos circula nas veias
Pintados de azul reflectindo um pouco de menina
Um pouco de céu...
Rasgada a pele
Cortes no vestido revelando o que outrora foi segredo
Hoje matéria prima do homem
Alma penada
Alma perdida
Coração triste que se perdeu na memória que já esqueceu.
Vaga e triste vida que se entregou perdendo o que foi seu...