VERSOS DE VENTANIA
Soprou as nuvens aos olhos em galhos
Fim dos madrigais às margens dos igarapés
Frutas dispostas em sedas de orvalhos...
Cristalinos riachos carregam cachos de pés.
Tatuando pelo chão as tuas pegadas
Nos dedos se contam os dias para retornares
Aos braços que se fazem de moradas
Do teu corpo fêmeo por entre meus pomares.
Venhas nos atalhos do vento fugaz
E tragas teu coração a este desolado plebeu
Que se desfizera em angústia audaz
Que, nas tuas águas, fez-se rio e se encheu.
Venha me inundar outra vez, amor,
Com sons em sentimentos de cumplicidade.
Deixas me levitar no teu esplendor
Rumo à luz do sol e da lua em ais de saudade.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 16 de janeiro de 2012.