Palavras 0570 - Seu corpo, meu céu
Aprendi seus caminhos, suas entradas,
deslizei por sua pele lisa,
senti seus contornos e dobras,
foi como nascer um novo eu,
não lembro quando cheguei, apenas fiquei.
Enrosquei-me em seus cabelos,
desci lentamente pelo seu rosto,
entrei por seus olhos,
fui intruso em seu coração,
visitei sua alma e vi amor.
Subi pelos seus seios,
fui até sua boca avermelhada,
molhei seus lábios com saliva quente,
nossas línguas se tocaram
o beijo não foi conseqüência, foi puro tesão.
Na madrugada fria nos encontramos,
meu corpo e o seu deitados em uma cama,
nenhuma roupa, vontades e calores aparecem,
veio a paixão, juntos vieram os toques,
nos amamos sem medo e sem vergonha.
Momentos que guardei pra mim,
ainda entrelaçados, braços, pernas e bocas,
deixei minha alma ir com a sua,
as carícias não iam terminar tão cedo,
já sentia a saudade e o medo de sair.
Foi tão logo o amanhecer,
o sol bateu na janela brilhando no corpo,
deitada seminua com sua pele clareada,
estica seus braços em minha direção,
abraçando-me forte diz com um beijo: te amo.
Sou o reverso dos amores puros,
sou bruto, vazio, um carente de tudo,
você me mostrou ser o céu, limpo,
com branco da paz e as cores da paixão,
caminhei lento em sua direção e fui junto.
Deixe-me morar dentro do seu corpo,
preciso do sexo, do calor, das noites perdidas,
o salgado da sua pele tempera minha paixão,
excita-me seu jeito de dizer "não" implorando carinho,
sua negativa é o consentimento, o corpo convite.
Seu coração foi a entrada de nosso amor,
sou sol e lua, você céu e mar, o desequilíbrio,
somos as tempestades, os desertos e as glórias,
fizemos batalhas de carinhos, guerras de amantes,
em uma noite passamos de puros a libertinos,
de demônios a anjos, de dois ficamos apenas um,
construímos paixões com armadilhas de tesão...
E amei!
16/01/2012