Flor Nativa
Meus pensamentos...
adquiriram asas
Andorinhas...
a voar pelo céu
Vestiram-se
com o verde da esperança
e com o sangue que jorrou
do vazio de minh’alma
tingiram a bandeira
desenhada no papel
Essência de vida
que em abundância escorre
do meu sonhar
Que a morte em teus braços
acalentava-os com brandura
No tempo em que perdidos
os meus sonhos andavam a ermo
pelas bandas de lá
Meus pensamentos
Alforriaram os sentidos
As palavras libertas gritaram
os teus desejos contidos
silenciados em antigas poesias...
escondidos
Nas entrelinhas do corpo...
tristes profecias
Cativos... escravizados em castidade
Deram a si
O direito a liberdade
Sob o vislumbre
deste olhar fascinante
alçaram vôos
para terras distantes
Flor nativa
Símbolo da minha inspiração
que enfeitam... perfumam
as margens deste rio caudaloso
Aroma de lavanda
Águas que banham em deleite
a nascente do meu pensar
correm despidas
sem o véu do pesar
ao encontro do meu coração