As Paralelas dos Pneus (Ou Amor em prosa e verso)
As Paralelas dos Pneus
“Dentro do Carro
Sobre o Trevo,
A cem por hora...”
Como na canção
Eu dizia à toa,
_Amor...
Só pra você me olhar
E responder,
Com aquele sorriso...
_O que foi meu anjo?
E assim ficávamos os dois
No caminho, na estrada...
Você pegava a minha mão
Entre uma marcha e outra
Pra eu ”pentear” os pêlos do seu braço...
Sorria gostoso de prazer,
Quando a minha mão passeava
E afagava a sua nuca...
E deslizava os dedos em seus cabelos...
Nem queria saber se corria perigo na estrada...
Não queria pensar em nada.
Ficávamos longos minutos assim,
Num silêncio que era feito de carinho somente...
_Amor...?
_Minha voz ainda ecoa
E você a responder
_Meu Anjo...Tô aqui,
Pertinho de você...
_ Meu amor, minha querida...
Frases simples que marcam a vida...
Palavras quase banais:
_"Meu coração é seu..."
Aquela voz sem igual...
Que cantava Edith Piaf
Ou “Ne me quite pas...”
Pra eu me inundar,
De lágrimas a correr
E você olhar,
Daquele modo só seu...
E com jeitinho
Fazer-me um carinho...
Enquanto os pneus
Corriam na estrada...
Depois...
Eu me entregava
Num beijo gostoso...
Beijo de amor,
De bocas e almas
Torpor!
Melhor não falar...
Não sei mais nada!