As Paralelas dos Pneus (Ou Amor em prosa e verso)

As Paralelas dos Pneus

“Dentro do Carro

Sobre o Trevo,

A cem por hora...”

Como na canção

Eu dizia à toa,

_Amor...

Só pra você me olhar

E responder,

Com aquele sorriso...

_O que foi meu anjo?

E assim ficávamos os dois

No caminho, na estrada...

Você pegava a minha mão

Entre uma marcha e outra

Pra eu ”pentear” os pêlos do seu braço...

Sorria gostoso de prazer,

Quando a minha mão passeava

E afagava a sua nuca...

E deslizava os dedos em seus cabelos...

Nem queria saber se corria perigo na estrada...

Não queria pensar em nada.

Ficávamos longos minutos assim,

Num silêncio que era feito de carinho somente...

_Amor...?

_Minha voz ainda ecoa

E você a responder

_Meu Anjo...Tô aqui,

Pertinho de você...

_ Meu amor, minha querida...

Frases simples que marcam a vida...

Palavras quase banais:

_"Meu coração é seu..."

Aquela voz sem igual...

Que cantava Edith Piaf

Ou “Ne me quite pas...”

Pra eu me inundar,

De lágrimas a correr

E você olhar,

Daquele modo só seu...

E com jeitinho

Fazer-me um carinho...

Enquanto os pneus

Corriam na estrada...

Depois...

Eu me entregava

Num beijo gostoso...

Beijo de amor,

De bocas e almas

Torpor!

Melhor não falar...

Não sei mais nada!

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 12/01/2007
Código do texto: T344282