Retorno 103

O impossível é quando as mão se tocam,

e quando a curva dos olhos sucumbem.

E então estou no espaço ligeiro do tiro

entre a flecha que persegue e o peito.

Se me encontra assim desarmado,

até mesmo de todo o mal que aceito,

é que não sou eu quem salva sua fé.

Somos nós, em um poema imperfeito.

Então se não são esses os versos de amor,

se não são essas as páginas do que floresce,

não sou eu também quem lhe salvou

da espera eterna pela minha inútil prece.

É a paz que finalmente entorpece ou mata

a fuga sem rumo da minha colérica pena.

Agora fico, permaneço como a verdade breve,

que pode até durar muito tempo, ser eterna.

E a verdade está no inútil, no invisível,

onde foram parar todas as palavras perdidas.