Não Perguntes...

Não se pergunte sobre a singularidade complexa de nós dois

Não buscarei em teorias e divagações

Meras lembranças de uma vida

Que ainda está por viver

Não pergunte nada sobre as palavras

Muitas ainda soltas, apenas por dizer

Não se atenha a aparente firmeza

Que palavras frágeis insistem manter

Não pergunte das horas vãs defronte ao espelho,

Procurando uma resposta no vazio

Refletindo na imagem dos olhos

Respostas que não se encontram em ti

Não se pergunte mais porque o silêncio

Preso no peito amordaça-te os lábios

Em busca de palavras, que ainda não sabes dizer

Gritando alto e mais forte ao simples pensamento de ser

Não, não pergunte de onde vêm os sentimentos

Que na proximidade exalam a cumplicidade

E na distancia se expressa em versos

Que nenhuma palavra pode dizer

Não pergunte por que duas vidas

Consciências plenas de si mesmas

Se entrelaçam nos caminhos do destino

E se tornam uma só, no mesmo caminho.

Não, não permita que perguntas

Procurem determinar o inicio

Nem mesmo precipitar o fim

Sentimentos não nascem, nem morrem...

Sentimentos apenas existem

Assim como existe o infinito

E no infinito existem as estrelas,

Assim também existem os sentimentos

e nos sentimentos, vagamos nós.