Pela eternidade afora
Num abraço silencioso na madrugada
Dar-te-ei o meu amor, sem reservas
Entregar-te-ei nas mãos um coração
Que doravante será sempre seu
Mas as lagrimas...
Essas serão somente minhas...
Tornar-me-ei silêncio em doce poesia
E com o amor na mais eloquente prosa
Serei eu mesmo os versos que ainda não criei
Serei o amor que ainda não encontrei
Vagarei da motivação ao desinteresse completo
E caminharei por entre sentimentos
que em mim mesmo, silenciei...
Perder-me-ei em teus olhos
E não te verei nos meus
Perceber-me-ei então sozinho
Com lagrimas que são somente minhas
Como uma nuvem em um céu límpido
Desfazendo-se em gotas
Encharcando-me a alma
E dela extraindo todo o amor
Que um dia desejei sozinho
Descobrirei então em mim mesmo um amor
Que na vida, nunca busquei...
E quando da consciência de meu ser
Tornar-me plena a existência
Transmutarei a melancólica tristeza
Em nostálgica alegria
E silenciarei doravante
Não de tristeza, mas de saudade
De minha própria vida
Que ainda não conhecia